Vila Teatro apresenta "Pluft - O Fantasminha"

Pluft - Fantasminha brasileiro 

O primeiro objetivo da companhia era montar algum texto brasileiro, já que estamos tão rodeados de obras estrangeiras em cartaz, nossa maior vontade era explorar a cultura do país e mostrar a genialidade de nossos autores, valorizando o que é produzido em território nacional.

Foi então que nos deparamos com “Pluft” e ficamos encantados com a delicadeza com que Maria Clara Machado trata assuntos tão presentes em nosso cotidiano. O texto faz saltar aos olhos do espectador a inocência infantil, que não faz julgamentos preconcebidos ou pautados no que o outro parece ser, mas ao contrário, leva em conta o que o outro é. Para as crianças, são nossas ações que contam, não a nossa imagem projetada. É a esse aspecto que nos referimos quando falamos de tolerância.

Contando o conto

Pluft é um fantasminha, mora em um sótão com sua excêntrica mãe fantasma (ou você queria que ela fosse peixe?) e seu dorminhoco tio Gerúndio. Ele não sabe se gente existe, porque nunca viu de perto, e tem um medo danado de encontrar na sua frente. E não é à toa, pois a primeira pessoa que se aventura por ali é um pirata chamado Perna-de-pau, que deseja roubar o tesouro do falecido Capitão Bonança. Mas o pirata traz consigo uma menina e a deixa trancada no sótão. A menina é Maribel, uma gracinha, que acaba se deparando com Pluft. Eles descobrem, quem diria, que têm muitas coisas em comum. Tal amizade faz crescer uma coragem em Pluft, que decide unir os fantasmas com os marinheiros para ajudar Maribel a se livrar das garras do malvado Perna-de-pau.

Nosso tesouro de pirata

Quando nos deparamos com a obra, descobrimos se tratar de algo muito maior que uma história divertida sobre fantasmas que tem medo de gente. Seu significado maior se revela nas entrelinhas do texto, trazendo valores como tolerância, força da amizade e solidariedade.

Os fantasmas ajudam uma garotinha desconhecida sem esperar nada em troca, evidenciando a sutileza da obra e a maestria com a qual Maria Clara Machado trata de valores morais importantes para a formação de caráter de uma criança, dando destaque a itens que remetem diretamente ao amor, prazer do paladar e a fé, tratando-os como tesouros mais importantes que ouro.

E por que devo contribuir com esse projeto?

Acreditamos que vivenciar a cultura seja um dos pilares que formam a base de uma boa educação, que sem dúvida alguma leva à formação de um ser humano integro e envolvido no meio em que vive. O teatro tem o poder de despertar a alma crítica e questionadora, tem as ferramentas para liberar a criatividade de quem está na plateia, desperta a curiosidade para um conhecimento mais profundo da literatura, fazendo com que a vontade de ler cresça em seus espectadores, além disso, aguça sentimentos e reflexões e amplia a visão de coletivo no meio social e político. Investir em teatro significa investir no meio em que estamos inseridos e auxiliar o crescimento cultural e social de um indivíduo.

E então, vamos navegar?