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QUE POVO É ESSE?
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QUE POVO É ESSE?

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O céu da metrópole é arranhado. A depender do local que você está, os olhos de quem está no chão se perdem procurando o topo dos prédios e quem observa a cidade do alto contempla uma cordilheira de concreto e aço. Nas suas vias de tráfego entupidas, seja no asfalto ou nos trilhos, seja no transporte individual ou coletivo, o centro expandido da capital paulista é o coração que recebe e expulsa gente de manhã e de tarde, todos os dias.

No contorno dessa paisagem, sob o ritmo desse vai e vem diário, milhões de famílias buscam formas de sobreviver, produzir e reproduzir a vida.

“Que povo é esse?” fala do cotidiano de brasileiras e brasileiros que, ao se verem obrigados a escolher entre o aluguel, o transporte ou alimentação de si e seus familiares, tem que eliminar um destes itens para sobreviver. Conta uma história, a história de um povo espalhado na Região Metropolitana de São Paulo, disperso também em tantas outras cidades do Brasil.

Depoimento de Guilherme Boulos (MTST). Imagem: Ennio Brauns.
 

HISTÓRIAS DE (R)EXISTÊNCIA

O documentário retrata uma faceta da trajetória do país a partir do olhar de quem não aceita como natural a ordem que obriga milhões de famílias brasileiras a uma vida de condições sub-humanas, sem um teto adequado sob o qual descansar, sem água potável e sem energia elétrica, no final da segunda década do século 21. Realidade presenciada nas andanças pelo extremo leste paulistano, na região de São Matheus, onde se pode testemunhar a sociedade do espetáculo e do avanço tecnológico relegar as pessoas ao esquecimento e a condições de vida de séculos anteriores.

Viela na ocupação Rodoanel, no extremo leste de São Paulo (SP), Brasil. Imagem: Ennio Brauns.
São relatos como das oito mil famílias que, entre setembro de 2017 e abril de 2018, organizaram o “Acampamento Povo Sem Medo”, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista (SP).

Dialoga com alguns dos atuais movimentos urbanos que organizam as lutas dos trabalhadores por moradia digna e serviços públicos de qualidade, revelando nuances que a mídia tradicional não tem feito. Um exemplo disto foi a cobertura a respeito do incêndio e desabamento da “Torre de Vidro”, no centro de São Paulo, em 1º de maio deste ano. Seu discurso responsabilizou os moradores pelo ocorrido, apresentou os movimentos de forma genérica, como se todos fossem iguais, atuassem e se organizassem da mesma forma, criminalizando-os.

 

Depoimento de Raimundo Bonfim (CMP). Imagem: Ennio Brauns.

 

O fato é que a organização popular em luta por moradia na região é antiga e remonta às ocupações de glebas e lotes nas regiões mais afastadas, onde anteriormente existiam fazendas que perderam sua função, entre os anos 1960 e 1970; de cortiços abandonados durante os anos 1980; à organização de mutirões autogestionados para a construção de casas; à ocupação de prédios no centro paulistano a partir dos anos 1990. Cada uma dessas experiências com suas características específicas que vão além da conquista de um teto, passando por atividades de socialização, educação e cultura.

Depoimento de Nelson Chê na ocupação Mauá. Imagem: Ennio Brauns.
 

UM REFLEXO DE DISPUTAS

As pesquisas e entrevistas realizadas para o documentário revelam que a conformação da cidade, aparentemente não planejada e de crescimento desordenado, é na verdade a fotografia de conflitos de interesse e tem raízes na história patriarcal e racista do Brasil. É condição resultante, dentre outras coisas, da concentração e da especulação imobiliárias – no caso paulistano, 1% dos proprietários detém 45% do valor imobiliário do município.

O filme expõe a visão crítica de urbanistas e lideranças populares ao modelo de organização de nossas cidades, submetidas à lógica da especulação financeira do território urbano que impõem à classe trabalhadora uma condição de vida visivelmente degradante.

Depoimento de Andreia Barbosa (MTST). Imagens: Ennio Brauns e Jesus Carlos.
Na metrópole contemporânea, espelho da luta de classes brasileira, ao menos 25% da população mora em situação irregular, seja pela localização ou ausência de documentação de propriedade. É dessa forma, a partir de casas construídas por conta própria, em locais distantes ou de risco, que surgiram e se expandiram boa parte dos bairros periféricos mais antigos.

Essa conformação faz com que a cidade ilegal seja a regra, o que não se resume à ausência de título de posse ou propriedade: é preciso considerar o não cumprimento da função social das propriedades urbanas, a construção de empreendimentos ilegais (como alguns modelos de condomínio fechado), o desrespeito a instrumentos legais como o Estatuto da Cidade ou o Plano Diretor dos municípios.

 

A HISTÓRIA DO POVO É UMA HISTÓRIA DE LUTAS

Entre barracas, lonas, paus, bambus e bandeiras, sob o teto dos prédios ocupados, pulsa a defesa do Direito à Cidade e a luta pela Reforma Urbana, uma história que mantém um elo entre as lutas do presente, travadas por essas organizações, e as do passado que marcaram a história do povo brasileiro.

Aquele terreno de São Bernardo do Campo, por exemplo, se localiza em frente à fábrica de caminhões Scania, a mesma que em 12 de maio de 1978 foi palco da primeira greve dos metalúrgicos, na região do ABC. Greve que deu início a um forte movimento da classe operária, decisivo no enfrentamento à ditadura civil-militar (1964-1985).

“Ninguém tá pedindo moradia por brincadeira!", sentenciou Antônio da Paz, um voluntário no Largo do Paissandu que prestou apoio às famílias vitimizadas pelo incêndio em 1º de maio. E é sobre o chão da Região Metropolitana de São Paulo, sob a lona de um barraco ou teto de um apartamento ociosos ocupados, que o povo se organiza, resiste e luta.

Largo do Paissandú, no Centro de São Paulo. Local onde as famílias montaram acampamento após o incêndio e desmoronamento da "Torre de Vidro", em maio.  Imagem: Ennio Brauns
 

Largo do Paissandú, onde foi montado o acampamento das famílias que moravam na "Torre de Vidro", edifício que pegou fogo e desmoronou em maio. Imagem: Ênnio Brauns

Este documentário busca, portanto, acrescentar uma visão popular a essa narrativa que, de um modo geral, é contada pelos que dominam o capital e lucram com o território urbano. Existe para registrar a memória desses movimentos e dessas lutas, do que foram e são, sua coragem, suas derrotas e vitórias, suas tristezas e desafios, sua solidariedade e espírito coletivo. Uma tentativa de desvendar "Que Povo é Esse?".

 

A CAMPANHA

Concebido e produzido pelos fotojornalistas Ennio Brauns e Jesus Carlos, e pelo professor e poeta Jonathan Constantino, com apoio logístico do coletivo de artistas do Ateliê XXII, este documentário foi custeado com recursos próprios em toda a fase de pré produção, captação de imagens e entrevistas.

Depoimento de Carmen Ferreira (FLM) na ocupação "9 de Julho", no Centro de São Paulo (SP), Brasil.  Imagem: Ennio Brauns 
 
Na fase atual deste trabalho necessita da sua ajuda para a conclusão do filme e cobrir os custos pendentes do início do projeto. Para isto necessitamos de R$ 112.000,00 que garantirão o processo de edição até o final, os tratamentos de áudio e cor, a criação do material de divulgação, lançamentos em redes populares de comunicação, a impressão de DVDs, a confecção e envio das recompensas a serem distribuídas aos apoiadores.

Esta iniciativa necessita do apoio de todos que acreditam na luta e na trajetória dos movimentos populares. Daquelas e daqueles que entendem a urgência de realizar esse registro, preservar essa memória e discutir essa questão.

 

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Agradecimento no filme

Cara Suely, Agradecemos de todo coração sua contribuição ao nosso esforço para desta forma continuar nosso trabalho! Pessoas como você e todos outros meravilhosos doadores fazem toda diferença nesta hora que precisamos tanto da solidariedade do próximo! Muito obrigada!

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Pessoal, vamos ajudar o nosso PROJETO VALE DA LUA! Com o valor que você doar estará contribuindo para estarmos mudando a vida de muitas pessoas que fazem a ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DE NAZARÉ! Contamos com a contribuição e ajuda por parte de todos!!

R$ 30,00

Cartaz

Juntos venceremos o coronavírus!

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DVD

O trabalho de vibrações coletivas com corações, pensamentos e ações fortalecem a nossa unidade. Juntos somos mais fortes! Parabéns aos organizadores pela iniciativa ousada!

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BJ & Léo, excelente iniciativa de fazer essas lives e aproximar o público do POCKET ROCK. Sou fã dos 2, como músicos e pessoas. Que quando isso passar possamos nos abraçar e curtir um bom som. Grande Abraço Carlos Pretty e Elaine Reis

R$ 150,00

Kit com 5 fotografias

Você receberá um quite com 5 fotografias tamanho (10 X 15 cm) sacadas durante a produção do documentário pelos fotógrafos Ennio Brauns, Jesus Carlos e Filipe Peres. Além disto, seu nome aparecerá nos créditos do filme na sessão de agradecimentos e receberá um imã de geladeira, o cartaz do filme, uma cópia do DVD do documentário com encarte de papelão e uma camiseta exclusiva com a arte da capa do filme.

R$ 200,00

Fotografia tamanho A4

Você receberá uma fotografia tamanho A4 (21,0 X 29,7 cm) sacadas durante a produção do documentário pelos fotógrafos Ennio Brauns, Jesus Carlos e Filipe Peres. Além disto, seu nome aparecerá nos créditos do filme na sessão de agradecimentos e receberá um imã de geladeira, o cartaz do filme, uma cópia do DVD do documentário com encarte de papelão, uma camiseta exclusiva com a arte da capa do filme e um quite com 5 fotografias tamanho (10 X 15 cm).

R$ 300,00

Fotografia tamanho A3

Todo apoio a qq iniciativas dessas!

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Apoio Cultural

Seu nome ou o logo de sua entidade/empresa aparecerá nos créditos iniciais do documentário e na sessão de agradecimentos especiais. Além de ser colocado no cartaz do filme e encarte do DVD.

R$ 5.000,00

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