Omaremim

A força das águas e o feminino são os motes de Omaremim, meu segundo álbum. Esse trabalho é muito especial para mim, porque eu trago com ele o aprendizado de 20 anos de carreira e me coloco como líder. Foram diversas experiências vividas nesses anos todos, mas é só agora que me vejo como a pessoa à frente de um projeto. Em Omaremim, eu sou minha própria produtora, assino o arranjo de algumas canções, sou compositora, além de ser a cantora. Tomar a frente da idealização musical e artística – e não apenas interpretar as canções – é o grande crescimento que este projeto traz para mim. E não consigo dissociar isso de um lugar de empoderamento feminino.

Por isso, resolvi dar destaque a essa questão do feminino e interpretar cantautoras de diferentes gerações, como Regina Machado, Déa Trancoso e as baianas Sandra Simões, Ivana Gaya e Pamela (estas duas últimas com um carinho especial, porque são minhas alunas ). O álbum também conta com músicas dos queridos Gil Vicente Tavares e Juliano Holanda, uma parceria minha com José Carlos Capinan e Gabriel Póvoas (uma canção linda que compus para Maria, o amor da mamãe). Mas é claro que não poderia deixar de saudar meus mestres Dorival Caymmi e Roberto Mendes, além dessa mulher incrível e grande compositora que foi Dona Ivone Lara.

Em Omaremim eu trago isso tudo. É o meu segundo disco na carreira solo e é resultado de um projeto que eu venho apresentando como show há quatro anos. Tudo começou quando eu estava morando em Campinas e Maria olhou para cima e disse: “olha, mamãe, o mar!”. Eu, adulta tola, respondi: “não, filha, é o céu”. Maria retrucou: “não, é o mar! É o mar, mamãe”. Só dias depois, quando Maria já tinha repetido isso várias vezes que eu me toquei: o mar estará sempre perto de mim, nem que para isso eu precise transformar o céu em mar. Nesse mesmo período, eu vi uma postagem de Sandrinha Simões que dizia: “o mar em mim, o mar em mim, o mar em mim…”. Na hora eu percebi que era a música para o meu novo projeto e não deixei ela dar para mais ninguém! rs
 

Aos poucos fui juntando outras canções até montar o repertório do show que apresentei em 2015. De lá até o disco, o repertório mudou muito e hoje eu percebo que mudou junto comigo. De um show melancólico, que falava de saudade e solidão, que era o que eu sentia em Campinas, se tornou um disco alegre, festivo e praieiro, mas sem deixar de lado a reflexão sobre a vida, que tem a ver com o que eu sinto na minha vida hoje. Ao final, temos um disco marcado pela fusão entre a identidade brasileira e a música afrobaiana, que também é uma marca minha. O fio condutor disso tudo é a minha relação com o mar, sempre com uma perspectiva feminina. “São lições que aprendi vendo o mar”, como diz a canção de Dona Ivone Lara.

Em setembro juntei a banda que toca sempre comigo e fomos para Massarandupió gravar o disco. Para quem não conhece, Massarandupió é uma praia do município de Entre Rios, no Litoral Norte da Bahia, há cerca de 120 Km de Salvador. Pois bem, fomos eu e a banda, que são meus amigos, irmãos de alma e que estão comigo há muito tempo. Ivan Huol (bateria), tocou e produziu o primeiro disco da cantora, lançado em 2013. Já Bruno Aranha (teclado) e Marcos Sampaio (contrabaixo), além de terem gravado o primeiro disco, tocam com Ana desde 1999, quando juntos tinham a banda Bahia Samba Jazz. O mais jovem do grupo é Felipe Guedes (guitarra), que toca com Ana desde a turnê do primeiro disco, em 2013.

Agora estamos com tudo pronto para trazer Omaremim para o mundo e resolvi organizar essa campanha de financiamento coletivo como uma pré-venda do disco e aproveitei para oferecer algumas condições especiais para cursos que ministro na Escola Baiana de Canto Popular, que eu mantenho desde 2007, em Salvador. Então, aqui você pode apoiar garantindo desde o download antecipado, até contratando o show completo. Dá uma olhada nas recompensas e escolhe a sua! Também fica de olho nas minhas redes sociais que eu vou lançar algumas recompensas surpresas nos próximos dias.

A celebração desse momento já tem data, hora e local: terça-feira, 05 de novembro, às 20h, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, em Salvador. É uma oportunidade única poder cantar nesse espaço super importante para a cultura da Bahia e não poderia ser numa ocasião melhor, do que no lançamento de Omaremim.

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Ana Paula Albuquerque
 

Cantora e professora, Ana Paula Albuquerque nasceu no Maranhão, mas ainda no início da adolescência se mudou para Salvador. É praticamente uma baiana que nasceu no Maranhão. Seus estudos de canto começaram em 1996, no curso de extensão da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia e se estendem para a graduação em canto lírico. Em 1999 Ana Paula se profissionaliza como cantora da Orquestra Fred Dantas e da banda Bahia Samba Jazz, mas apenas em 2005 ela começa a carreira solo.

Como professora, ela inicia por volta de 2000 e em 2007 funda a Escola Baiana de Canto Popular, em Salvador, espaço que mantém até hoje. Entre os muitos alunos e alunas que passaram pela escola, destacam-se nomes que atualmente constroem uma carreira artística, como Luedji Luna, Illy, Gab Ferreira e Filipe Lorenzo. Ana Paula também faz parte do quadro da Ufba como professora no curso de Música Popular. Em Omaremim, Ana Paula interpreta canções de algumas alunas, como Ivana Gaya e Pamela.

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Orçamento