O Olhar do Palhaço

VOCÊ É IMPORTANTE PARA QUE NOSSO PROJETO ACONTEÇA! 

 

Por isto, estamos passando o chapéu e escolhemos a plataforma da Kickante, pois é mais focada em fundraising (captação de recursos) do que as plataformas de crowdfunding tradicionais (financiamento coletivo), em que só há o processo de ‘tudo ou nada’. 

 

Qualquer valor é bem vindo, não podemos perder nenhuma doação! 

 

Toda arrecadação deste projeto será destinada ao pagamento de cachê aos artistas durante o ano de 2015 (de janeiro a dezembro).

 

Mas afinal, quem é este tal palhaço? 

Ser palhaço é muito mais que ter o rosto pintado, uma roupa extravagante e um nariz vermelho. O palhaço vivencia experiências numa vasta gama de situações e sentimentos, estimula o artista à resolução de conflitos e a simplicidade de seu ser. Surge da essência do que é mais humano, da expansão de nossas identidades e nosso ego. Ser palhaço é o conhecimento de nossa individualidade.

O palhaço é uma figura milenar que atravessa gerações. Está presente em todas as culturas, existe relato de sua manifestação na antiguidade, no Egito e Grécia antigos. Desde o inicio dos tempos, o riso foi e ainda é utilizado como elemento ritual para espantar o medo, especialmente o medo da morte. Sua origem é incorporada na origem dos bobos da corte. Ele não é um personagem exclusivo do circo, atua nas mais variadas esferas: pequenas e grandiosas lonas, teatros, palcos itinerantes e recentemente, asilos, campos de guerra, prisões e hospitais.

Por detrás da menor máscara do mundo, que menos esconde e mais revela o olhar puro do artista, o palhaço é uma entidade fora dos eixos, um arquétipo social que surge para mostrar a falibilidade, a fragilidade e o risível existente na espécie humana. Eterno inapropriado expõe e parodia as qualidades que consideramos inadequadas à sociedade. Esta função existe desde a antiguidade, quando o bobo da corte podia falar todas as verdades ao rei, sem perder a cabeça.

E por que o palhaço no hospital?

Desta forma, enquanto de um lado temos a figura insensata do palhaço, do outro, temos o hospital onde a precisão é elemento de suma importância. Horários devem ser cumpridos à risca: visitas, medicação, procedimentos, banhos, etc. O maquinário presente não deixa esquecer onde estamos por um minuto sequer. Passos apressados dos médicos e enfermeiros surgem do inesperado o tempo todo. Enfim, dois universos contraditórios e completamente separados.

E é nesta disparidade que o palhaço do hospital trabalha, focando apenas os aspectos saudáveis, as possibilidades que o mundo médico lhe oferece, subvertendo a realidade hospitalar e se apresentando como especialista em medicina. 

Muitos estudos já foram realizados sobre o fenômeno do riso. Sabe-se que o Homem é o único animal capaz de rir. Mas por quê? Qual é a função do riso afinal? 

Para o palhaço, rimos porque é bom, e isto já é o suficiente. Sua função social é fazer rir e dar prazer. Ele não descobre as leis que regem o universo, mas nos faz viver com mais felicidade, gasta todo seu tempo com bobagens. Oferece à criança a oportunidade de um mundo amplo, onde dizer não é seu direito. Quando hospitalizada, ela não pode negar o medicamento, o tratamento, a doença, mas o palhaço ela pode! Ele oferece ao paciente a oportunidade de “viajar” para bem longe das paredes do quarto no momento em que pisa no batente da porta. Afinal, ridicularizar as coisas ruins, é a melhor forma de vencê-las, de reduzi-las a sua inerente estupidez. A morte continuará matando, mas não podemos deixar que o medo dela nos mate em vida.

Como dito, a visita dos artistas possibilita o deslocamento da rotina hospitalar do ponto de vista do paciente, permitindo que o estímulo aos aspectos saudáveis possa ser valorizado. A criança então tem total controle da situação e pode inclusive dizer não ao palhaço. E apesar disto, o sim é mais frequente.

Nesta afirmação, o palhaço constrói em conjunto uma nova realidade palpada nas ideias e na criatividade da cena que surge na totalidade deste encontro.

Nosso olhar dentro do hospital!

O projeto “O Olhar do Palhaço” acontece semanalmente nos corredores do Hospital São Paulo. 

Nossos artistas trabalham sempre em duplas, leito a leito, visando a qualidade de vida das crianças, familiares e profissionais dos hospitais.

Nós desenvolvemos programas de visitas hospitalares através da linguagem do palhaço há mais de  3 (três) anos, sempre atuando com artistas profissionais experientes nesta linguagem. Buscamos na sua atividade proporcionar não só a alegria, mas também a autonomia do paciente sobre a sua condição, já que esse se encontra submetido às regras e imposição de horários da rotina hospitalar. Nossos artistas lidam com a realidade de maneira particular, enxergando um mundo invisível que está disponível, esperando para serem criadas e desfrutadas com bom humor, poesia e delicadeza.

Além da preocupação artística, há uma intensa preocupação com a humanização hospitalar e baseada na vivência de cada palhaço, cria-se integração e proximidade da equipe multidisciplinar do hospital com a linguagem artística.Com isto, promove-se o intercâmbio artístico e a fomentação da troca de experiências entre profissionais de arte e equipe multidisciplinar do hospital em atividades de pesquisa e produção de novos conhecimentos, métodos e ações de trabalho que possibilitem o aperfeiçoamento artístico na atuação dentro dos hospitais e demais áreas.

Nossos artistas possuem formação em diversas expressões artísticas: música, dança, teatro e essencialmente, a linguagem do palhaço. Por ser uma atividade profissional, dedica seu tempo em produção, encontros para discussão do trabalho do hospital. Sempre pensando na qualidade dos encontros durante suas visitas. Trabalhar esta linguagem exige muita dedicação, estudo e, por que não dizer, disposição.

E por esta razão estamos pedindo vossa ajuda para nosso programa de visitação anual de 2015, onde prevemos atender mais de 5.000 famílias. Você é importante para que isto aconteça.