Há pessoas cuja vida inspira um filme, a trajetória de Arnaldo Lemos Filho é uma delas. Arnaldo tornou-se um contador de histórias, levando enredos e personagens importantes em nosso país, além de estar presente nos bastidores da vida política e cultural do Brasil moderno e contemporâneo. Com este kickante lançaremos um DVD que conta esta história extraordinária e de muito conhecimento. Faça parte agora e garanta já sua cópia deste documentário inspirador!
Em sua juventude foi seminarista e ordenou-se padre em 1960 e no mesmo anp iniciou sua docência como professor de Filosofia e Sociologia, tornando- se, em 1962, Reitor do Seminário Menor de Guaxupé. Conviveu com personalidades marcantes do cenário eclesiástico brasileiro, como D. Agnelo Rossi quando ele ainda era padre , em Campinas, professor da PUC e depois Bispo de Barra do Pirai, com D. Helder Câmara, por meio da JEC, da Ação Católica e intelectuais como Alceu de Amoroso Lima. Registrou passagens inusitadas, a exemplo da recepção, no aeroporto de Guaxupé, em maio de 1954, de Getúlio Vargas, meses antes de seu suicídio, quando Getúlio foi inaugurar a primeira escola federal agrícola, em Muzambinho. Tocava saxofone na banda de música do Seminário, oportunidade em que conheceu, também, Juscelino e Chateaubriand além de Gregório, segurança pessoal do Presidente e responsável direto pelo assassinato do jornalista Carlos Lacerda. Atuou em um dos filmes dirigidos por Lima Barreto, tendo sido anfitrião do cineasta nos anos 1960. Filiado às alas mais progressistas da Igreja, alinhado com as reformas de base do governo João Goulart, protagonizou, em Minas Gerais, a fundação de sindicatos rurais e foi denunciado por um colega como “padre comunista”, uns dias depois do Golpe de 1964 e só não foi preso por intercessão do prefeito municipal, pois era uns dos fundadores e diretor da Faculdade de Filosofia, recém fundada. Sua participação neste momento está registrada numa entrevista que deu para um documentário sobre a Ditadura Militar que pode ser vista no youtube: https://youtu.be/cbWc5tdWkQE. Conheceu, em São Paulo, de perto, personagens importantes da resistência à Ditadura Militar, como Henfil e seu irmão Betinho, Plínio de Arruda Sampaio, Dom Jorge Marcos (bispo de Santo André e referência da Pastoral Operária), Frei Beto e Frei Carlos Josaphat e, em 1968, foi um dos padres a celebrar a missa de sétimo dia da morte do estudante Edson Luís, participando, ainda, da Marcha dos 100 mil. No mesmo ano decidiu deixar o sacerdócio e, algum tempo depois, tornou-se professor em Passos (Minas Gerais) e em Campinas (São Paulo). Diretor do Madureza Evolução em Campinas, chegou a despistar, pessoalmente, o delegado Fleury, que perseguia um funcionário da escola por ser parente de um militante de esquerda. Na década de 1970 fez Mestrado em Ciências Sociais sob a orientação de Rubem Alves, vivenciando a efervescência política, cultural e intelectual protagonizada pela PUC-SP, que acolheu muitos intelectuais de peso cassados pelo regime militar no período final da repressão. Seu mestrado foi depois publicado pela Editora Alínea, com o título de” Os Catolicismos Brasileiros”. Nos anos 1980, professor da PUC-Campinas, participou ativamente do processo de democratização pelo qual o país e as Instituições educacionais passaram, como membro da diretoria do Sindicato dos Professores e da APROPUC, Associação do Professores da PUC.
Nas décadas de 1990 e 2000, converteu a grande experiência de sala de aula em alguns textos publicados na forma de artigos e capítulos de livros e, com o reestabelecimento da disciplina Sociologia Jurídica, no manual intitulado *Sociologia Geral e do Direito*, referência ainda atual em diversos cursos de graduação de Direito no país.
Mas, para além dos acontecimentos políticos nacionais da segunda metade do século XX e deste início de século que vivemos, apresenta-se um docente, em plena atividade, de longeva carreira (56 anos), formador de milhares de profissionais em diversas Instituições dos estados de Minas Gerais e São Paulo, testemunha dos caminhos e descaminhos pelos quais tem passado a educação brasileira desde os anos 1950 até a atualidade. Sua abertura para o novo, entusiasmo pelo conhecimento e por aqueles que buscam aprender, e, acima de tudo, seu amor pelos seres humanos nutrem, até os dias de hoje, a docência na PUC-Campinas, onde continua ministrando aulas de Sociologia nos Cursos de Ciências Sociais, Direito, Filosofia, Educação e Serviço Social.
Arnaldo Lemos Filhos casou-se, em 1972, com Valéria Hildegardes von Zuben, com quem teve três filhas, Cassandra von Zuben Lemos, Isaura von Zuben Lemos e Samantha von Zuben Lemos e dois netos Rafael Lemos Bullentini e Estela Lemos Pereira Lima.
ANA PETTA
Formada pela Universidade de São Paulo (ECA-USP) em Artes Cênicas e atriz da Cia. São Jorge de Variedades. É criadora e atriz da série de tv Unidade Básica, participou dos telefilmes Uns Braços, As Mãos de Meu Filho e do seriado 9mm. No cinema atuou nos longas metragens Trabalhar Cansa e O Mundo Invisível, dirigiu o documentário Osvaldão, além de idealizar e produzir o filme Repare Bem da diretora Maria de Medeiros
O Repare Bem ganhou:
Melhor filme estrangeiro no Festival de Gramado
Melhor filme estrangeiro pela Crítica do Jurí do Festival de Gramado
Prêmio Dom Quixote
Melhor filme do Festival de Cinema Político de Buenos Aires
CAUÊ NUNES
Como diretor realizou 6 curtas-metragens, sendo dois documentários e quatro ficções.
Recebeu 11 prêmios em festivais de cinema e os curtas participaram de festivais em
diversos países. Realizou também a fotoinstalação “Quase Multidão” exposta no MACC
(Museu de Arte Contemporânea de Campinas). É também editor e foi o responsável pela
edição dos documentários de longa-metragem “À Margem do Xingu”, do espanhol Damiá
Puig e “A Batalha da Maria Antonia”, de Renato Tapajós. Foi curador da “Mostra Curta
Audiovisual” (Campinas-SP) por duas edições.
Filmografia:
Trecheiros (documentário), 20 min, miniDV, 2001
Quem Será Katlyn? (documentário), 15 min, HDV, 2008
Meu Avô e Eu (ficção), 13 min, HDcam, 2010
3x4 (experimental/ficção), 5 min, HDV, 2010
Aluga-se o Ponto (ficção), 17 min, HD, 2014
Ao Redor da Mesa (ficção), 12 min, HD, 2015
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