BARAFUNDA

VOU RESUMIR O PROJETO COM AS PALAVRAS DO TEXTO DA QUARTA CAPA (que funciona como uma introdução):  

"Barafunda não existe, pelo menos oficialmente. Então foi preciso criá-la, documentalmente. Por isso, o leitor vai encontrar no início desta obra o tratado de criação desse lugar-tempo. O que se segue é um mapa desenvolvido pelo conjunto de contos que servem como pontos de referência e sinalização. Quem quiser chegar a esse reino particular de memória-sentimento, de lembranças existenciais e gozo singular da simplicidade e autenticidade humana, é preciso seguir minuciosamente os traços deixados pelo caminho. Não digo que será uma tarefa fácil, pois os contos parecem crônicas, com trechos ensaísticos pelo meio, num tom querendo ser poético, quase místico. Parecem autobiográficos, melados de doces trechos filosóficos que lembram os livros motivacionais. Mas não são! Garanto! São mesmo contos e foram escritos numa perspectivista intimista, meio psicológica e às vezes temperada com um humor  sutil e matreiro, própria do interiorano, mas também com forte pitada humanística, própria do homem univeral. Enfim... literatura naïve! (alguns diriam “brega”). Mas, no fim, pura ficção! Talvez alguns elementos aqui e acolá podem ter sido tirados das experiências pessoais do autor, mais nada. Nenhum escritor escapa disso. Ademais, estas peças podem parecer mal escritas, sem o rigor do relato na terceira pessoa, sem explicações mais precisas entre os diálogos, sobretudo detalhando quem fala e quem ouve. Mas tudo isso foi proposital. Como um mapa do tesouro, os detalhes estão implícitos, escondidos e atá apagados para que sejam encontrados pelo leitor. Cada conto leva a outro, gradativamente, do ponto  mais distante ao ponto mais próximo de Barafunda. Quer encontrá-la? Eis o mapa! Leia-o e, ao final, poderá dizer se concorda ou não com o que foi escrito pelos descendentes do tratadista, no “posfácio”, sobre a possibilidade de vitória nessa busca: “só encontra quem sabe contemplar as estrelas”. Frase “brega”, não é? Mas... sejamos chic: É uma afirmação “psycho-circonspect-naïf”. D’accord?"