O caso de racismo sofrido por mim e por minha esposa é, constitucionalmente, algo de praxe ao se tratar da PMERJ, uma das instituições mais violentas do país, agora, o que aconteceu no dia 06/05/2023 além de causar o impedimento do meu trabalho, gerou uma dívida de 4 MIL REAIS, valor que custeia os serviços do advogado que prontamente nos atendeu. O valor é justo, por ser o valor de um trabalho, de um ofício, porém o mesmo onera meu orçamento pessoal. Peço aqui a ajuda e compreensão de todos para que consigamos atingir ao menos 40% do valor desejado.
Agradeço a casa Escritorio Transfusão pela oportunidade do espaço, pela colaboração com o bem-estar meu e de minha esposa, e agradeço a todos que acompanham o meu trabalho pela ajuda simbólica.
"Dia 06/05 era e foi, um dia de estreias. Já memorizava em minha cabeça curtos riffs de violão, aos preparativos de estreiar minha banda em 2023, com quem ainda não tocara, para celebrar a comemoração da juventude que ali, ávida, ouvia acordes de Carol Maia e percebia o movimento estreito de caminhonetes e vans da PMERJ, instituição essa que não obtém certo respeito da juventude carioca e, há de se saber porquê.
Não digo que estava pleno em meus deveres constitucionais visto que, nossa constituição nasceu num erro, numa máquina de ódio, num moedor de gente, leis que favorecem a oligarquia, os ricos, os aristocratas, os anarcofóbicos.
Desses favorecidos da nossa triste carta-vale do Brasil, olhares infames, nojentos, sádicos, direcionados ao corpo de minha esposa que, indefesa perante ao sistema, pouco pôde reagir ao caso sofrido, caso estético. Inclusive, do evento éramos uns dos poucos pretos presentes: pretos insistentes, pretos furadores de bolha, pretos relutantes, o destino haveria de ser o mesmo.
Quero que dessa experiência que, também foi uma estreia, fique a reflexão: Central do Rio de Janeiro, 21h da noite, numa encruzilhada entre a rua da Constituição e a Rua do Líbano, dois pretos se afastam da multidão (branca) que assistia ao evento distraídos, esses, no alto de seus privilégios, jamais imaginariam uma abordagem policial a quem fosse ali, com o recorte social que havia ali, com os títulos que haviam ali, mas houve, e houve de forma bruta, abusiva, racista e, já não de estreia, corrupta atuação da PMERJ.
Estranho é pensar que o alvo da abordagem poderia ser diferente, visto que uma mulher branca mijando na rua não é alvo de desconfiança dos guaranis alterados de ápice em suas cocaínas acumuladas nas cicultons camufladas que rodeiam as avenidas do país, a solução para nossa POSTURA talvez seja nos banharmos de vez em baldes de cal para que enfim seja respeitado cada corpo, mente e ideal preto instituído nesse país, do mais, estreio aqui essa minuta pedindo desculpas a todos que foram ao NÃO-SHOW, e agradeço a casa Escritório Transfusão pela oportunidade da palavra e um abraço pra quem fica"