Hist&oacute;ria que sou
Sou filha de negro, neta de ind&iacute;gena, mulher brasileira,
regada nas matrizes ancestrais, ra&iacute;zes dos povos origin&aacute;rios.&nbsp;&nbsp;
visto minhas peles da atriz, narradora e arte-educadora nesta exist&ecirc;ncia.
Brinco com as palavras na boca,&nbsp;
invento mundos, desabrocho minha autora.
O tambor da cultura popular pulsa minha dramaturgia.
Piso o solo f&eacute;rtil e comunit&aacute;rio das escolas p&uacute;blicas, ch&atilde;o retrato da realidade desse pa&iacute;s-tremor-Brasil.
Na gira art&iacute;stica, cavuco abismos, avessos, entranhas, adentro com respeito e delicadeza nas trevas das viol&ecirc;ncias.
Assim que vou tocando a vida e a morte, protegida pelas for&ccedil;as da Deusa Arte.
Tenho encantamento
escuta
e um dedo de prosa com o mundo invis&iacute;vel&nbsp;
Narro com voz. Narro no sil&ecirc;ncio. Com o corpo em movimento.
Na encruzilhada da vida, escrevo as narrativas.&nbsp;
Hist&oacute;rias que se entrela&ccedil;am nos portais da fic&ccedil;&atilde;o e realidade.&nbsp;
Arte-mem&oacute;ria, hist&oacute;rias de vida.
Arte &eacute; minha semente, of&iacute;cio, reza, ritual, prece de f&eacute;, lucidez louca
Sonho na uni&atilde;o da Arte com a Educa&ccedil;&atilde;o
para transmutar - s&oacute; um cadinho - esta na&ccedil;&atilde;o.

Fiz greve (direito constitucional) e v&atilde;o cortar meu sal&aacute;rio - R$ 2.874,48 (120 horas/ aulas mensais). Esse &eacute; meu desvalorizado pagamento p&uacute;blico. Ap&oacute;s tantas lutas nas ruas, v&atilde;o cortar o meu sal&aacute;rio! Decidi, transmutar as energias das repress&otilde;es e trevas com a publica&ccedil;&atilde;o do meu livro, atrav&eacute;s de campanha virtual coletiva de pr&eacute;-venda. Vou gritar as den&uacute;ncias e an&uacute;ncios das escolas p&uacute;blicas.
 Fui a &uacute;nica a aderir a greve em minha unidade escolar.
A professora preta! Me amarraram no tronco, e estou recebendo 3 mil chibatadas metaf&oacute;ricas para eu &ldquo;aprender&rdquo; a n&atilde;o sonhar e lutar por uma educa&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica de qualidade. Fiz greve e estou recebendo as puni&ccedil;&otilde;es. Todos os dias estive nas ruas, inclusive aos s&aacute;bados e domingos lutando pela valoriza&ccedil;&atilde;o e aposentadoria digna para os servidores. Estou sendo castigada por pessoas que se orgulham das obedi&ecirc;ncias horrendas. "Se &eacute; lei escravizar, eu obede&ccedil;o e escravizo. Se &eacute; lei chibatar e violentar, eu obede&ccedil;o e chibato. Se &eacute; lei denunciar para o campo de concentra&ccedil;&atilde;o, eu obede&ccedil;o e denuncio para morrer na c&acirc;mara de g&aacute;s." A pessoa se orgulha das obedi&ecirc;ncias sem nenhuma expans&atilde;o de consci&ecirc;ncia para as profundidades sociais. Desobedi&ecirc;ncia civil j&aacute; e j&aacute;! &Eacute; urgente! Foi na escola estruturalmente racista! Fogo nos racistas! Vou botar fogo pra alumiar essas trevas e iluminar quilombos. Com a tocha erguida na m&atilde;o esquerda, anuncio a divulga&ccedil;&atilde;o da publica&ccedil;&atilde;o do meu livro "Hist&oacute;rias de Patr&iacute;cias e Patr&iacute;cios" - como um corpo que conta sua pr&oacute;pria hist&oacute;ria faz ecoar outros corpos e suas hist&oacute;rias de vida no ch&atilde;o da escola p&uacute;blica?&rdquo;
 Trabalho de conclus&atilde;o de curso na p&oacute;s gradua&ccedil;&atilde;o "A arte de contar hist&oacute;rias" p&oacute;lo A Casa Tombada com orienta&ccedil;&atilde;o da minha querida amiga Let&iacute;cia Liesenfeld. A professora da UNESP Luiza Helena Christov indicou para publica&ccedil;&atilde;o e vou calar meus medos e receios e ventar essas narrativas. &nbsp; Pe&ccedil;o com humildade a minha teia de prote&ccedil;&atilde;o para contribuir no ati&ccedil;ar o fogo com uma singela lenha, buscando transmutar e iluminar a escurid&atilde;o dos silenciamentos, puni&ccedil;&otilde;es e retrocessos. Cada contribui&ccedil;&atilde;o, um livro nesse mund&atilde;o! Estou montando tb um espet&aacute;culo narrativo que circular&aacute; pelas escolas ati&ccedil;ando fogos, buscando nos aquilombar.

Um corpo performance, banhado de arte pisa o ch&atilde;o da escola p&uacute;blica, carregando as narrativas de sua vida com as peles da atriz, narradora e educadora.
A partir da vibra&ccedil;&atilde;o (abertura e mobiliza&ccedil;&atilde;o) da arte, com performances-narrativas, outras pessoas que pisam o solo f&eacute;rtil e comunit&aacute;rio das escolas p&uacute;blicas s&atilde;o convidadas a contar suas hist&oacute;rias de vida.
Partilhas e contos de muitos corpos s&atilde;o trilhos incorporados de linhas escritas que iluminam alguns caminhos no percurso para a&ccedil;&atilde;o das escutas das hist&oacute;rias de nossas Patr&iacute;cias e Patr&iacute;cios.

Sheila  Alencastro

A Casa Tombada

CLAUDIO FERNANDO FAGUNDES CASSAS

O valor arrecadado ser&aacute; revertido para os custos da publica&ccedil;&atilde;o do livro e alguns exemplares ser&atilde;o distribuidos gratuitamente nas escolas p&uacute;blicas. E unidades ser&atilde;o enviadas para as pessoas que contribuiram com R$ 30,00.&nbsp;

Patrícia  Torres 

HISTÓRIAS DE PATRÍCIAS E PATRÍCIOS - Como um corpo que conta sua própria história faz ecoar outros corpos e suas histórias de vida no chão da escola pública?

https://www.youtube.com/c/PatriciaTorresArt

exemplar do livro