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Vakinha em prol da saúde da Nega Mari. Financiamento colaborativo para realização de cirurgia bariátrica
Vakinha em prol da saúde da Nega Mari. Financiamento colaborativo para realização de cirurgia bariátrica
Nega Mari
Curitiba - PR
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Vakinha em prol da saúde da Nega Mari. Financiamento colaborativo para realização de cirurgia bariátrica

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Olá, me chamo Mariana Silva, tenho 39 anos, sou artista independente, mulher preta, nascida e criada na cidade de Curitiba. Venho aqui contar um pouco da minha história, e pedir sua ajuda, caso se sinta tocado por ela.
Neste ano de 2023, devido a alguns problemas de saúde que venho atravessando nos últimos anos, decidi vencer meus medos e encarar uma cirurgia bariátrica. O sobrepeso, como todos sabem, não é um processo simples de vencer, e pode ocasionar diversos problemas, inclusive psíquicos e emocionais, como no meu caso.
Há cerca de 5 anos fui acometida pela erisipela, doença infecciosa da pele, causada por bactérias, que pode atingir outros tecidos e camadas quando não tratada. A doença pode acometer pessoas de qualquer idade, mas algumas condições facilitam a infecção. Pessoas com excesso de peso, portadoras de diabetes, com problemas circulatórios ou doenças crônicas são mais vulneráveis. Eu sou um exemplo.
Desde a erisipela, pontualmente, passo por diversos processos intensos. Naquele momento, no ápice de manifestação da doença, não tinha plano de saúde, e estava contando apenas com o atendimento do SUS. Graças a Deus, tive o apoio de amigos num momento difícil, que naquela ocasião conseguiram meu internamento emergencial em Hospital particular, onde fui bem atendida e assistida.
São várias as sequelas da erisipela que luto diariamente, e que somadas ao sobrepeso, intensificaram-se. Tenho uma retenção de líquido muito intensa na perna em que ocorreu a infecção, como uma “bolsa” que se formou na minha coxa direita. Hoje, além da demanda psicológica, o incômodo físico, o custo para eu manter as drenagens, como manutenção, para liberar esses líquidos, não está sendo mais viável financeiramente falando.
Além disso, nos últimos dois anos, algumas sensações se agravaram pelo excesso de peso. Limitações que não tinha e que agora fazem parte do meu cotidiano. Fadiga quase constante, dificuldade para subir e descer escadas, cansaço ao passar muito tempo em pé, ou ficar muito tempo sentada, dificuldade em limpar uma casa sem precisar parar a cada minuto... Enfim, atividades básicas de uma rotina que me causam exaustão. Isso sem pontuar os processos psicológicos que atravesso, por exemplo, ao andar de ônibus e me sentir humilhada por não passar na catraca.
Sim, consequências da obesidade, acrescida de uma erisipela, além de um conjunto de processos que me fizeram chegar até aqui. Os recortes sociais. Classe, cor, gênero. Nasci numa família de mulheres negras sem privilégios. Minha avó, minha mãe e minha tia criaram 4 crianças sem nenhum apoio dos respectivos genitores, com muita luta. Sempre moramos juntos e em condições simples. Minha tia sempre com a gente, somou nas despesas, e minha mãe trabalhou a vida toda em sub-empregos que garantiam um pouco mais de um salário mínimo e até hoje, não conseguiu se aposentar. No Brasil, essa realidade não é apenas minha, mas de grande parte das mulheres e famílias pretas. Por essa razão, durante muitos anos eu não cogitei a realização da cirurgia, pois me parecia muito distante das possibilidades que minha vida poderia oferecer.
Na pandemia me esforcei pra dar uma equilibrada na alimentação, mas recaí novamente. Anos de processos que provocaram transtornos alimentares, sem atendimento de qualquer tipo, nutricional, físico ou psicológico, pois nunca tive condições de prover, já que nunca alcancei uma estabilidade financeira. A discriminação e exclusão que atravesso no mercado de trabalho por ser uma mulher negra e gorda são inúmeras, dificultando até hoje uma progressão de carreira e consequentemente uma melhoria na qualidade de vida.
Após a erisipela, a ansiedade se acentuou, e então procurei ajuda psicológica. A partir de programas com valor social consegui iniciar a terapia a aproximadamente 4 anos, e entre idas e vindas sigo sendo acompanhada, e essa "briga" com a balança, de forma tão severa, e necessária, nunca se fez tão presente.
Sempre fui muito ativa, faço muitas coisas, canto, danço, sempre participei de movimentos coletivos, e de uns 3 anos pra cá, a percepção da necessidade em realizar a Bariátrica tem tocado mais forte.
Conversei com inúmeras pessoas que passaram por esse momento/processo delicado, pra me encher de coragem, e pontuei pra mim mesma minhas reais necessidades. Eu visualizo e desejo uma nova vida com mais saúde e qualidade, com auto amor, oportunidades, inserção no mercado de trabalho, e, trocando “figurinhas” com as pessoas "certas", tomei a decisão de fazer a cirurgia bariátrica.
Tentei receber atendimento pelo SUS durante a pandemia, mas sem sucesso, pois todo o foco da saúde pública estava sendo destinado ao atendimento de pacientes com COVID. No final de 2021 deu uma amenizada, e consegui agendar uma consulta com um médico do postinho, mas demorou muitos meses pra conseguir uma consulta com um endócrino, e quando consegui, o mesmo me disse que conseguiria emagrecer sozinha, mesmo eu pontuando toda minha trajetória e limitações. Obviamente, mais uma vez, saí de lá desacreditada e desmotivada, só quem é e passa sabe.
Então, no mês de agosto de 2023, um anjo (meu amigo) me deu uma consulta particular com o Dr. Pedro Caron, médico reconhecido no hospital Angelina Caron, que é considerado um centro de referência em cirurgia bariátrica, para eu receber um atendimento pré-cirúrgico, entender minha realidade atual, os riscos e necessidades. Essa consulta foi um marco, um divisor de águas, muito reveladora. Descobri que estou com gordura no fígado, pré-diabetes, por conta da circunferência da barriga, e parte disso também provoca minha apneia e dificuldades respiratórias, que dificultam extremamente minha qualidade do sono, me levando a estados crônicos de insônia, e, por consequência ansiedade, fadiga, exaustão e distúrbios alimentares. Uma bola de neve.
O médico foi muito realista, me pontuou os prós e contras, e disse também, muito claramente, que essa cirurgia vai salvar minha vida, pois eu estou no último grau de obesidade, o chamado grau III.
O médico apontou as etapas que irei atravessar, enfatizou também sobre a importância do acompanhamento multidisciplinar nesse momento, que consiste em atendimento psicológico, junto ao psiquiatra, e o fisioterapeuta  e outros profissionais que me acompanharão no pós cirúrgico.  A mudança será radical e irá requerer acompanhamento profissional especializado.
O pagamento à vista do valor da cirurgia é de R$14.822,00. Neste valor incluem o honorário médico, a anestesista, a sala de cirurgia, refeições e endoscopia. Os exames pré-operatórios são a parte (não inclusos), custam R$1.800. A diária da UTI, caso haja necessidade, custa R$1.300. A bota pneumática é usada durante a cirurgia, custa 450,00. Totalizando os custos em R$18.372. 
Hoje estou retratando minha história e relembrando tudo que me trouxe até aqui. Não tenho mais pra onde recorrer, não tenho condições nem auxílio financeiro para custear a cirurgia, e eu preciso realizar a mesma com urgência. Fazer a cirurgia bariátrica hoje pra mim é garantir minha vida, uma nova vida, com saúde, qualidade e bem viver. Venho aqui pedir sua ajuda para somar nesse financiamento coletivo.
Precisamos levantar $16,000
Agradeço a Deus por ter me dado a coragem de dar esse passo.
Agradeço aos meus por me apoiarem.
E agradeço a você por estar aqui lendo meu relato.
Posso contar com a sua ajuda? Ressaltando que toda ajuda, qualquer valor, qualquer quantia é muito bem vinda.  
Um abraço cheio de axé e esperança da Nega Mari.

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