HISTÓRICO: A Rede Solidária Berço das Águas – RBA, nasceu em 2010, na perspectiva de articular os esforços e as iniciativas dos diversos Empreendimento Econômicos Solidários - EES existentes no estado de Goiás e como uma estratégia de comercialização e de fomento via fundo solidário. Na primeira reunião de empreendimentos em 2013, com a participação de 11 municípios e 18 empreendimentos de seis regiões do estado presentes no 2º Festival Solidário de Culturas do Cerrado, as discussões trouxeram elementos apresentando a necessidade de criar o fundo rotativo solidário, para que as atividades da rede se tornassem viáveis. Em 2015 a Rede é chamada pelo Ademar Bertucci, na época diretor presidente do Centro de Estudos e Assessoria – CEA para se integrar as iniciativas de fundos rotativos de Goiás e Região Centro Oeste. Em 2018 em convenio celebrado entre Fundação Banco do Brasil – FBB, DNDES, União Europeia e Caritas Brasileira, a Rede Berço das Águas é contemplada em um projeto de fortalecimento dos empreendimentos de economia solidária no Centro Oeste, entre as inúmeras atividades a ser realizadas, uma delas seria a implementação do Fundo Rotativo Solidário – FRS da Rede. A assembleia de votação e aprovação do Regimento Interno do fundo, aconteceu em março de 2019, onde 22 empreendimentos de várias regiões do estado, fizeram adesão ao fundo. Com o recurso recebido, para iniciar o fundo, todos os empreendimentos sócios em comum acordo decidiu criar um produto de fomento ao fundo e contribuir para a manutenção da Rede. Esse produto deveria ter a característica da Rede, parte viva da vida do cerrado que é o berço das águas, teria que ser um produto barato para que todos os públicos tivessem acesso e algo que daria sentido e alegria a vida...Assim nasce o BOMBOM com frutos do cerrado. Na 17ª edição da Agro Centro Oeste em 2019 em parceria com a Escola de Gestão e Negócios da PUC Goiás foi feita uma primeira amostra que teve uma aceitação excelente por parte dos expositores, organizadores e visitantes. Com a chegada da pandemia teve uma descontinuidade da produção, com a extensão da crise sanitária e econômica a retomada da produção e comercialização do produto se faz necessário para manutenção da vida das famílias dos empreendimentos e da comunidade local.
O QUE É UM FUNDO ROTATIVO SOLIDÁRIO?
O FRS é uma poupança comunitária gerida coletivamente para fortalecer os empreendimentos de economia solidária, a agricultura familiar, catadores, artesãos ou comerciantes populares. Essa poupança é formada por meio da doação voluntária de recursos financeiros ou bens, por cada membro participante do fundo ou ainda, pode ser constituída a partir de ações e recursos externos destinados ao FRS. São mantidos por Entidades da Sociedade Civil ou Organizações Comunitárias, Formais ou Informais e destinados ao apoio de projetos associativos e comunitários de produção de bens e serviços.
Por meio dos Fundos Rotativos Solidários, investem se recursos na comunidade, através de empréstimos com prazos e reembolsos mais flexíveis e mais adaptados às condições socioeconômicas das famílias empobrecidas beneficiadas pelos FRS. A aplicação dos recursos e sua sucessiva reposição para novos investimentos seguem modalidades e ritmos decididos pelo próprio grupo que gere o FRS. É um FUNDO porque reúne recursos (financeiros, mão-de-obra, sementes, etc.). É ROTATIVO porque os recursos giram, circulam entre todos os participantes. É SOLIDÁRIO porque você recebe o benefício, mas também pensa no outro, divide com o irmão. Funciona assim: quando uma família adquire um benefício, assume a responsabilidade de contribuir mais adiante com a poupança devolvendo o valor do bem recebido (ou aquela quantia determinada pelo grupo) para que ela ou outra família possa ser beneficiada novamente. Dessa forma, o fundo nunca fica vazio. A formação de uma poupança comunitária e autofinanciamento é um direito de todos, reconhecido pelo Programa Nacional de Direitos Humanos do Ministério da Justiça.
Com o valor arrecadado será feito o pagamento das mulheres que fabricam os bombons, compra de matéria-prima, castanhas e polpas de frutos do cerrado, essas matérias-primas, são coletadas pelos agricultores/as familiares, impressão de adesivos, embalagens e criação da logo do Bombom Fulô do Cerrado.
Eu sou Maria Odília Rogado da Silva, sou filha de agricultores familiares, comecei a trabalhar aos 11 anos de idade para ajudar os meus pais, sou a 6ª filha de 11 filhos e desde 2004 desenvolvo ações, projetos na economia solidária, devido as inumeras dificuldades para organizar nesse campo e com esse público especifico, percebemos a necessidade de uma articulação entre os grupos. Foi assim, que em 2010 criamos a Rede Solidária Berço das Águas para fortalecer os empreendimentos em vários seguimentos, artesanato, confecção de roupas artesanais, alimentação, agricultura familiar, agroecologia, serviços e cultura. Somos uma equipe/coordenação de 12 pessoas, e ainda somamos com mais três pessoas nas regiões do estado, ou seja, somos uma coordenação de macro de 42 pessoas e uma coordenação executiva de 12 pessoas, dentre elas, instituição de ensino, entidades filantropicasn ONGs e os empreendimentos.