HQ de Prevenção ao Suicídio

ESTATÍSTICAS DO SUICÍDIO ENTRE JOVENS


O suicídio é um problema grave de saúde pública em todo mundo e falar dele pode ser a salvação para um jovem em depressão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais pessoas morrem por suicídio do que por HIV, malária, homicídio e câncer de mama. Só no Brasil, uma pessoa morre por suicídio a cada 45 minutos. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a quarta causa de morte mais comum. De 2000 até 2019 o número de casos no Brasil subiu 43%. A taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% ao ano entre 2011 e 2022. São números impressionantes e que aumentam a cada ano no país na contramão das estatísticas globais.

FALAR DO ASSUNTO INCENTIVA O SUICÍDIO?

NÃO. A questão é sempre a forma de falar. Falar sobre suicídio é visto pelos especialistas como um dos caminhos mais eficazes de combatê-lo pois o preconceito é o maior empecilho no tratamento das doenças mentais. Segundo a psicanalista do Instituto de Travessias da Infância Julieta Jerusalinsky, os jovens estão adoecendo porque “muitas vezes se sentem solitários, vivem uma cultura do medo, junto a uma cultura nas redes sociais de busca por um ideal”. O psiquiatra Rodrigo Bressan, professor da Unifesp, arremata que o suicídio, do ponto de vista de saúde pública, é considerado evitável e a queda dos índices passa principalmente por campanhas de conscientização. O livro vai trazer também informações de onde procurar ajuda.

QUAL A HISTÓRIA DA HQ?


“O Céu de Celinna” conta a história de uma garota de 17 anos que vive um quadro de depressão e inadaptação ao mundo e tem ideações suicidas. Ela é filha única e seus pais, apesar de não terem muitos recursos, fazem tudo que podem por ela. Mas Celinna tem dificuldade com sua autoestima e com as relações sociais. Ela vive a maior parte do tempo em seu quarto com seu gato preto, o Niels, assistindo animes no celular e tecendo amigurumis de tricô. Isa e Marcos, os pais de Celinna, vão atrás de apoio psicológico, mas a filha resiste ao tratamento. Na escola, ela tem dois amigos inseparáveis: Biel e Clara. Biel é negro, apaixonado por física e usa um cabelo estilo moicano. Clara é descolada, skatista e, apesar de ter a pior situação financeira do trio, é super de bem com a vida. Como seu pai está desempregado há meses e ela precisa achar uma forma de ganhar dinheiro, Clara propõe a Celinna montarem uma loja online de amigurumis, mas a amiga teme que a empreitada seja um fracasso. No meio desta crise existencial, Celinna começa a ter estranhos sonhos com seu gato Niels em que ele se transforma em energia. Os sonhos se repetem e, junto com os amigos, ela tenta entender seu significado. Biel, que é apaixonado por física quântica, tenta convencê-la de que os sonhos falam de metaversos, de uma infinidade de possibilidades e realidades paralelas que podemos criar através do nosso pensamento. Mas Celinna não consegue entender o que o amigo está falando uma vez que ela tem horror a física e não presta nenhuma atenção às aulas. Um dia, muito deprimida, Celinna decide subir ao terraço do seu prédio e se jogar. Neste dia, sem que os pais saibam, ela não vai pra escola, escreve uma carta de despedida e sobe para o topo do prédio. Como ela não aparece na escola, Clara e Biel, que já estavam pressentindo o perigo, resolvem correr para o prédio dela. Seus pais, avisados pela escola de que Celinna não está em sala, também voltam correndo para casa. Enquanto todos se apressam desesperados rumo ao prédio, Celinna é interrompida no seu propósito pelo gato Niels que, do nada, surge no terraço. Como no sonho, o gato vai se expandindo e explode em energia trazendo um outro multiverso onde ele e a menina também habitam. Celinna vive junto com Niels uma experiência de expansão de consciência onde percebe que o universo não é concreto e imutável, mas sim um infinito de possibilidades e histórias que cada um cria. Ela entende que a forma como ela olha, transforma as situações a sua volta. Quando os pais e amigos chegam no terraço, Celinna está transformada pela experiência que viveu. Ela joga a carta fora antes que seus pais a vejam e decide dar mais uma chance à vida, à terapia, às viagens filosóficas de Biel e à loja de amigurumis com a amiga Clara.